“Estão criando fósseis acadêmicos”

   Como acompanhar os processos educacionais, se eles estão em constante mudança?
   Os modelos conservadores de aprendizado compostos de salas de aula, livros, bibliotecas, foram acrescidos dos Encontros, Congressos e Seminários, locais de desenvolvimento do conhecimento através da troca de experiências de autoridades nos mais diversos assuntos.
   Aconteceu em Florianópolis/SC, de 14 a 16 de Outubro, mais uma ótima programação, o 1º Seminário Internacional GUIDE de Educação Superior Virtual, promovido pela própria GUIDE Association (Global Universities in Distance Education) em colaboração com a UnisulVirtual, do Brasil, o CEDIPROE (Centro de Diseño, Producción y Evaluación de Recursos Multimediales para el Aprendizaje), da Argentina e a USGM (Università degli Studi Guglielmo Marconi), da Itália. O Seminário conferencistas de renome mundial da Argentina, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, México e Uruguai.
   O conferencista Augusto Perez Lindo, Diretor do Mestrado em Gestão e Políticas na Universidade do Mercosul, Universidade Nacional de Lomas de Zamora – Argentina, acredita que algumas universidades estão oferecendo ensino ultrapassado, quando diz que algumas instituições de ensino levam dois anos para preparar um currículo novo de um curso, e quando é implementado já está ultrapassado. Neste sentido, Lindo defende a flexibilidade do Ensino a Distância. “A expansão do ensino virtual está provocando mudanças na gestão universitária de um modo geral, inclusive no ensino presencial”.
   Lindo acredita que existe a necessidade de analisar as políticas mais apropriadas para aproveitar melhor o ensino virtual do ponto de vista de gestão acadêmica. Para ele, em poucos anos as pessoas vão poder colocar um chip diretamente no cérebro, ou talvez com um clique as pessoas poderão acessar todo o conteúdo de uma universidade. “Se pensarmos nestas questões, quais os desafios para o ensino virtual no futuro?”, reflete Lindo.
   “Temos problemas para resolver no ensino, não só no virtual, mas também no presencial. E são basicamente os mesmos. Os estudantes precisam crescer em competência linguística, pois hoje os estudantes falam de 300 a 700 palavras. Muitos são praticamente analfabetos. Outra necessidade é a de criar competência cognitiva e narrativa nos estudantes. Deste modo, não podemos pensar em problemas no ensino a distância e sim na educação como um todo”, disse.
   Para Lindo, é importante ter flexibilidade curricular para facilitar a iniciativa do aluno, ter qualificação dos resultados, para a segurança da qualidade do que se oferecendo. Um outro ponto importante abordado pelo palestrante, é a questão da informatização. Ele defende que hoje em dia todas as universidades têm condições de se informatizar, e com isso facilitar a vida acadêmica, tanto nos trâmites administrativos como nos conteúdos oferecidos.
   “Se as universidades continuarem resistindo para oferecer uma informatização total do ensino e levar dois anos para implementar novos currículos estaremos “criando fósseis acadêmicos”, finaliza. (informações do evento extraídas do portal http://portal2.unisul.br/content/jornalunisulhoje/home/integradanoticia.cfm?objectid=AC912C9C-3048-6857-88575F145CE781EF&secao=Eventos)