Sobre forma e conteúdo na educação

Uma das grandes discussões entre os profissionais de EAD gira em torno da questão da padronização dos cursos, ou seja, como conseguir que grandes massas de população adquiram os mesmos conhecimentos em um período de tempo semelhante?

Pensar o Brasil como um país homogêneo é desconhecer minimamente a realidade nacional. Contudo, os exames de avaliação, tipo ENEM são padronizados para todo o País e não levam em conta as diferenças regionais, a cultura local.
Alguns conteúdos são importantes e devem ser de domínio de todos os cidadãos. Mas a forma como eles serão apresentados e desenvolvidos esta sim, precisa ser adaptada às características de aprendizagem do aluno, que são muito mais complexas do que apenas as preferências sensoriais (visão, audição, cinestesia) e, incluem entre outras dimensões, toda a sua bagagem de relações sociais, acesso ao conhecimento e situação econômica.

Como exemplo desta questão, apresento quatro versões do Va Pensiero (*) de Verdi.

Trata-se sempre da mesma melodia e letra (conteúdo) mas com interpretações (forma) que nos remetem a universos diferentes:- multiversos.

Clique nos links abaixo para assistir cada um dos vídeos das versões interpretadas por: Zucchero , Pavarotti@Zucchero, Zucchero & Sinead O' Connor, METROPOLITAN OPERA HOUSE - JAMES LEVINE


O educador, tal como o regente, deverá encontrar a melhor forma levando em conta os talentos dos músicos que tem a sua disposição, assim como as características do público que o assiste. E o sucesso da articulação depende de sua sensibilidade, conhecimento técnico e experiência. Além disso, cada uma das versões permite a amplificação do tema em inúmeras direções. São apenas pontos de partida de uma caminhada que se faz com o aluno e não para o aluno.

(*) Não por acaso esta peça foi escolhida como exemplo. Saiba mais sobre esta obra prima de Verdi em http://pt.wikipedia.org/wiki/Nabucco
Va’, pensiero, sull’ali dorate./ Va’, ti posa sui clivi, sui coll,/ ove olezzano tepide e mollil’/ aure dolci del suolo natal!/ Del Giordano le rive saluta,/ di Sionne le torri atterrate./ O mia Patria, sì bella e perduta!/ O membranza sì cara e fatal!/ Arpa d’or dei fatidici vati,/ perché muta dal salice pendi?/ Le memorie del petto riaccendi,/ ci favella del tempo che fu!/ O simile di Solima ai fati,traggi un suono di crudo lamento;/ o t’ispiri il Signore un concento/ che ne infonda al patire virtùche/ ne infonda al patire virtù/ al patire virtù!
Letra em português
Vá, pensamento, sobre as asas douradas/ Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas/ Onde os ares são tépidos e macios/ Com a doce fragrância do solo natal!/ Saúda as margens do Jordão/ E as torres abatidas do Sião./ Oh, minha pátria tão bela e perdida!/ Oh lembrança tão cara e fatal!/ Harpa dourada de desígnios fatídicos,/ Porque você chora a ausência da terra querida?/ Reacende a memória no nosso peito,/ Fale-nos do tempo que passou!/ Lembra-nos o destino de Jerusalém./ Traga-nos um ar de lamentação triste,/ Ou o que o senhor te inspire harmonias/ Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.
Fonte: http://nexpeople.ning.com/profiles/blogs/sobre-forma-e-conteudo-na

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